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Estudando para o ENEM

Ricardo de Souza Araújo

Resumo: Em 1998 surge o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que, em 2009, passa a ser a principal forma de acesso ao Ensino Superior. Desde então, a prova tem servido de baliza para os professores do Ensino Médio. O fato de a prova ser de múltipla escolha faz com que algumas habilidades sejam avaliadas na perspectiva da escolha pelos estudantes do argumento que justifica o desafio proposto na situação-problema apresentada, e não na perspectiva da construção de argumentos, conforme sugerem essas habilidades. Acredita-se que essas capacidades seriam melhor avaliadas em questões abertas, o que se torna muito complexo em um processo de larga escala como esse exame.


Palavras chave: Estudar, ENEM, Brasil


Abstract: (Estuding for the ENEM) In 1998 was created Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), which, in 2009, becomes the main form of access to higher education arises. Since then, evidence has served as a beacon for high school teachers. This multiple choice test makes some abilities be evaluated from the perspective of choice of the argument. It justifies the proposed problem situation presented in the challenge itself, but not from the perspective of constructing arguments, as suggested by these abilities. It is believed that these skills would be best evaluated in open questions, which becomes very complex in a large-scale process such this examination.


Key words: Estuding, ENEM, Brazil


1. Introdução

Criado em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) já ultrapassou a marca dos 8,7 milhões de inscritos, superando as expectativas do Ministério da Educação (Castro & Tiezzi, 2002; Pinto & Pacheco, 2014).

O ENEM foi implantado no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), na gestão de Paulo Renato Souza, Ministro da Educação à época (Castro & Tiezzi, 2002; Pinto & Pacheco, 2014). O ENEM é um exame individual, de caráter voluntário, oferecido anualmente aos concluintes e egressos do ensino médio, que permite ao indivíduo fazer uma autoavaliação do aprendizado adquirido por ele durante a educação básica, além de auxiliar o governo na elaboração de políticas educacionais de melhoria da educação do país (FENEP, 2014).

A prova do exame era composta segundo Castro & Tiezzi (2002), até 2008, por 63 questões de múltipla escolha e uma redação, aplicadas em um único dia, questões estas centradas na avaliação individual de desempenho por competências, com eixos estruturados na interdisciplinaridade e na contextualização de conhecimentos expressos na forma de situações-problema (Castro & Tiezzi, 2002; Pinto & Pacheco, 2014). O exame foi estruturado a partir de uma Matriz de 5 competências, que correspondiam a domínios específicos da estrutura mental, expressas por 21 habilidades.

De acordo com os documentos oficiais relativos ao exame, não havia o intuito de fazer com que o participante errasse a questão, portanto as situações-problema não continham “dicas” ou “pegadinhas”. Também não requeriam memorização de fórmulas ou simples acúmulo de informações (Kanashiro, 2012).

O foco da avaliação proposta pelo ENEM é a análise de situação-problema, no qual o estudante mobiliza saberes cognitivos e conceituais para sua resolução. Admite-se que o estudante seja capaz de demonstrar que, durante sua vida escolar, adquiriu conhecimentos que o possibilitem ter: o domínio de linguagens, a compreensão de fenômenos, o enfrentamento de situações-problema, a construção de argumentações e a elaboração de propostas simples na intervenção da realidade (Kanashiro, 2012; Carrocino, 2014; Ferreira, 2014).

Nos itens de múltipla escolha, exige-se do estudante que ele selecione uma única alternativa de resposta entre as várias apresentadas. Assim, essa opção precisa ser inequivocadamente certa, e as demais devem ser incorretas, mas plausíveis (Kanashiro, 2012; Carrocino, 2014; Ferreira, 2014). As opções incorretas são denominadas distratores, e não podem ser construídas ao acaso, pois tem de fazer parte do contexto do item e ser uma possível resposta para o aluno que ainda não desenvolveu a competência avaliada no item.

O formato de item utilizado na composição da prova do ENEM é o de múltipla escolha (Kanashiro, 2012; Carrocino, 2014; Ferreira, 2014). As habilidades relacionadas ao eixo de construção de argumentos (CA) exigem que seja avaliada a capacidade de relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente (Franco & Bonamino, 1999; Travitzki, 2013).

Desta forma visando auxiliar o estudante para que o mesmo possa ter maior preparação para a avaliação do ENEM, já que a mesma visa avaliar competências, foi elaborada uma série de sugestões que visam tão somente servir de dicas de estudo para este exame tão concorrido.


2. Material e método

Foi realizada uma revisão bibliográfica onde foi verificado as diversas sugestões de estudo e preparação para a avaliação do ENEM.


3. Resultados e discussão

Uma educação de qualidade é a que contribui na formação dos estudantes em diversos aspectos, para que desempenhem seu papel de cidadão no mundo. Assim, somente um ensino de qualidade é capaz transformar a realidade em que se vive.

O ENEM foi concebido com o intuito de permitir aos concluintes e egressos do ensino médio fazer uma autoavaliação do aprendizado adquirida por eles durante a educação básica, além de auxiliar o governo na elaboração de políticas educacionais de melhoria da educação do país. Com o passar dos anos, foram incorporadas novas funcionalidades ao ENEM, ampliando sobremaneira seu caráter de processo seletivo para acesso às instituições de educação superior, e uma nova Matriz de Referência foi elaborada em 2009, instrumento que explicita a fundamentação téorico-metodológica do exame.

Assim, com base em diversos autores foi proposta uma lista com 17 sugestões para facilitar e organizar a vida dos estudantes.

1 – Horário e local fixo

Um horário fixo para estudar é uma condição básica, crie o seu espaço e estude inicialmente 3 h por dia.

2 – Selecionar assuntos que mais constam nas provas do ENEM

Como você dispõe de pouco tempo, então, recomenda-se que comece a estudar aqueles assuntos que mais constam nas provas do ENEM. Por isso, pesquise na internet ou baixe as provas de anos anteriores para verificar e anotar os assuntos mais abordados e também faça um funil destacando as coisas mais importantes. Isso vai te poupar de estudar assuntos desnecessários.

3 – Elaborar um cronograma de estudo enxuto e dinâmico

Após destacar esses assuntos que mais constam no ENEM, a hora agora é elaborar um cronograma de estudo enxuto e alcançável. Inclua também assuntos da atualidade para estudar. Além disso, cumpra todo o cronograma rigorosamente e, de vez em quando, se auto-avalie para monitorar seu desempenho.

4 – Optar pelos vídeos das aulas de matérias de Ciências Humanas

Os vídeos aulas ou áudios são excelentes ferramentas quando usados em filas de espera no banco, supermercado, parada de ônibus, trajeto até o trabalho, casa enfim, utilize esse recurso no celular para aproveitar cada horinha vaga. A sugestão das Ciências Humanas, é apenas uma dica, pois as exatas exigem mais que leitura.

5 – Concentrar na atualidade, assuntos que mais bombam nas mídias

Essa é uma das melhores dicas e técnicas a fim de estudar para o ENEM em pouco tempo que se tem. Então, fique por dentro de todas as notícias nas redes sociais e, ao ter alguma dúvida, se aprofunde no assunto. Há muitos temas polêmicos que envolvem diversas áreas do conhecimento desde a energia, economia, movimentos sociais, inflação, enfim, busque ficar atento às mais diferentes abordagens que costumam estar ao seu redor.

6 – Eliminar distrações

Ao separar o tempo de estudo, dedique-se de corpo e alma. Elimine tudo que possa distrair, seja conversas, whatsApp, facebook, aulas no youtube, TV, o que for. Você já não possui muito tempo e ainda dá importância a essas coisas? Elimine.

Uma maneira bem eficiente de conseguir isso é avisar aos seus amigos, familiares educadamente que reservou aquele tempo para estudar. Isso fará com que eles respeitem a sua privação e ausência.

7 – Fazer provas de anos anteriores

Uma das técnicas mais usadas por muitos candidatos que obtiveram excelente nota nas provas do ENEM é fazer provas de anos anteriores. Não apenas para saber como está o seu grau de proficiência ou dificuldade, mas até mesmo para extrair algum aprendizado. Tudo é válido!

8 – Priorizar leitura para redação e interpretação

Não tem por onde fugir! A leitura é o jeito mais eficiente para atingir uma nota alta nas provas. Ela te ajuda tanto na correta compreensão do enunciado como na criação de sua redação e interpretação.

9 – Criar um plano de auto-avaliação semanal

Esteja também monitorando e fazendo semanalmente uma auto-avaliação de seu esforço, desempenho e evolução. Isso vai te fazer notar o que precisa melhorar, se dedicar mais em alguma área de conhecimento bem como controlará o tempo que ainda tem até a prova!

10 – Invista a maior parte do seu tempo em assuntos de maior dificuldade

Também é importante destacar a importância de investir uma parte do seu tempo naqueles assuntos de sua maior dificuldade. Concentre-se neles para que supere e mude de grau de deficiência.

11 – Não fique preocupado por não ter tempo de estudar tudo

Candidatos sem muito tempo para estudar ou faltando alguns meses para as provas do Enem ficam desesperados por não aprenderem tudo que possa constar no exame. Porém, evite ficar preocupado, ansioso, pois isso bloqueia ainda mais a absorção dos conteúdos.

Confie que, se você estudar os pontos principais, ainda assim será possível alcançar uma boa pontuação. Então, concentre-se nos assuntos que mais estão presentes no ENEM.

12 – Utilize a técnica da “associação”

Já foi comprovado pela ciência que aprendemos muito mais e retemos os conteúdos cem vezes mais quando os associamos a um objeto, algo de nosso cotidiano ou utilizamos como metáforas. Relacione esses conteúdos associando a alguma história habitual, objetos ou até mesmo ensine esses conceitos para alguém. É valiosa essa técnica e dá muito certo.

13 – Não passe muito tempo estudando dias antes do exame ENEM

O tempo é agora para você estudar, se esforçar ao máximo e dar tudo de si. Quando chegar os dias anteriores às provas do ENEM, tenha um tempo para relaxar e descansar a mente. Não adianta encher a cabeça dias antes do exame com conteúdos que você ainda não viu ou até mesmo fazer revisões com correria, pois será apenas um desperdício de energia e desgaste emocional e físico.

14 – Cumpra os prazos diários

A disciplina é fundamental para todos, porém muito mais para você que possui pouco tempo para estudar para o ENEM. Então, haja o que houver, cumpra os prazos de estudos diários. Não deixe acumular e não dê lugar para preguiça ou ao cansaço.

15 – Descubra seu melhor método e use-o

Alguns candidatos aprendem de maneiras diferentes. Uns aprendem ouvindo (são auditivos), outros, aprendem lendo (são visuais), então, você precisa descobrir qual é o seu melhor método de aprendizagem. E o meio para isso é aplicando o autoconhecimento. Ao descobrir, invista nele e busque por melhoria e crescimento para atingir a eficácia nos estudos.


16 – Treinar redação

Treinar a redação semanalmente é fundamental. O peso dela é muito grande. Dê uma olhada nos temas que já foram cobrados. O tema muda mas a ideia das propostas é sempre a mesma. Lembre-se: a prática leva a perfeição.

17 – Esteja conscientemente estudando

Você deve saber que estudar para o ENEM requer muita concentração e, às vezes, você estuda, estuda, mas parece que sua mente está em outro lugar, não é mesmo? A cabeça está longe, menos nos estudos. Então, uma técnica muito aplicada pelos estudantes bem-sucedidos é estudar conscientemente. Mas, o que isso significa? Significa que se você está estudando matemática, sua mente está no assunto, focalizado nele. A sua consciência está ali presente juntamente com seu corpo.

Por isso, a última dica é essa: esteja conscientemente estudando. Esteja presente onde seu corpo está. E, assim, poderá usufruir com qualidade cada assunto abordado. Se, por acaso, sentir que sua mente está vagando por outro caminho que não seja o estudo ali, pare um pouco, e volte a focar no assunto.


4. Referências

Carrocino, C. H. G. 2014. Questões contextualizadas nas provas de Matemática. TCC de Especialização apresentado ao Programa de Mestrado Profissional em Matemática do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), RJ. 68p.

Castro, M. H. G. & Tiezzi, S. 2002. A reforma do Ensino Médio e a implantação do ENEM no Brasil. In: Castro & Tiezzi (eds.) Os desafios da Educação no Brasil. Rio de Janeiro – RJ: Papiro Editora.

FENEP. Federação Nacional das Escolas Particulares. Contribuição da Escola Particular brasileira para o Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM: críticas, elogios e sugestões. Relatório.

Ferreira, E. M. 2014. Análise da abrangência da matriz de referência do ENEM em relação às habilidades avaliadas nos itens de Matemática aplicadas de 2009 à 2013. Dissertação apresentada ao Departamento de Matemática da Universidade de Brasília. 63p.

Franco, C. & Bonamino, A. 1999. O ENEM no contexto das políticas para o Ensino Médio. Química Nova na escola 10: 26-31.

Kanashiro, D. S. K. 2012. As linhas e as entrelinhas: um estudo das questões de língua espanhola no ENEM. Tese apresentada a Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. 240p.

Pinto, M. G. M. & Pacheco, P. A. 2014. O ENEM como referência para o ensino de História. Cadernos de Pedagogia 8(15): 76-85.

Travitzki, R. 2013. ENEM: limites e possibilidades do Exame Nascional do Ensino Médio enquanto indicador de qualidade escolar. Tese apresentada a Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. 320p.





ANEXOS

Assuntos mais abordados no ENEM, por área do conhecimento.








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